Liga comemora 25 anos de fundação
Em comemoração ao seu 25º aniversário de fundação, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo e as suas afiliadas realizarão um show especial na próxima sexta-feira, dia 19 de agosto, a partir das 21h, no Sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital. Entre as atrações está a Mega Bateria da Liga, com a participação dos ritmistas das 22 escolas de samba integrantes dos grupos Acesso e Especial. Os intérpretes vão apresentar os sambas-enredo de suas agremiações e, também, como atrações convidadas os cantores Arlindo Cruz, Dudu Nobre e o grupo Fundo de Quintal, que irão ocupar o palco em um grande show de samba.
Um surgimento polêmico
O início da Liga, em meados da década de 1980, foi bastante polêmico. Na época, houve o chamado racha no samba paulistano, com o rompimento das grandes escolas de samba que, com exceção da Nenê de Vila Matilde, saíram da União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP) em direção à Liga. Os líderes no surgimento da nova entidade foram Carlos Alberto Thobias (Camisa Verde e Branco), Eduardo Basilio (Rosas de Ouro), Juarez da Cruz (Mocidade Alegre) e Walter Guariglio (Peruche).
Durante esses 25 anos de existência com vários endereços (Quadra da Peruche, Praça Roosevelt e Av. Santos Dumont e realização de desfiles na Av. Tiradentes e Sambódromo do Anhembi), houve avanços e crises. Robson Oliveira, ex-presidente da UESP que assumiu a Liga após rompimento com Eumar Meireles Barbosa (Barroca Zona Sul), foi o dirigente que mais permaneceu no seu comando, promovendo a ascensão da entidade.
O último grande desafio do carnaval paulistano foi a criação da Super Liga das Escolas de Samba de São Paulo, desfeita em março deste ano, quando seus principais líderes, entre eles Paulo Serdan, presidente da Mancha Verde, Darly Silva, o Neguitão, presidente da Vai-Vai, e Pantchinho, presidente da Gaviões da Fiel, resolveram se reintegrar nas fileiras da Liga, em busca do crescimento do carnaval. O atual presidente da Liga é Paulo Sergio Ferreira, o Serginho, da Unidos de Vila Maria.
Uma festa para ficar na história
O entusiasmo de aproximadamente 10 mil pessoas tomou conta da passarela do Pólo Cultural Grande Otelo, no Anhembi, na noite da última sexta-feira (19) e madrugada de sábado. Não era carnaval, mas houve desfile em palco montado no meio do Sambódromo, com mestres-sala e porta-bandeiras das 14 escolas do grupo especial e 8 do grupo de acesso da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo. A festa foi em comemoração aos 25 anos de fundação da entidade carnavalesca. Também foram celebrados os 20 anos de fundação do Sambódromo e os 40 anos do surgimento do complexo de Feiras, Turismo e Eventos do Anhembi.
Foi uma maratona de 5 horas de duração, onde cada agremiação apresentou seus sambas de enredos vivenciados em vários anos de glórias, contando com o ritmo da bateria formada por ritmistas e batuqueiros de todas as 22 escolas.
O grupo Fundo de Quintal e os sambistas Dudu Nobre e Arlindo Cruz completaram a festa do samba. O prefeito Gilberto Kassab também compareceu à festa.
Repercussão:
Darly Silva, o Neguitão, presidente da Vai-Vai:
“Depois de toda aquela política, aquela mudança de rumo com a criação da Super Liga das Escolas de Samba de São Paulo, as escolas se uniram na Liga e estamos comemorando uma data que não é todo dia que a gente tem, 25 anos da Liga. Precisamos fazer mais ações como esta, o samba necessita disto, não é só política, o samba é isto aí. Estamos querendo implantar esta filosofia, ter mais festas e menos política.”
Housein Abdo el Sela, o Jamil, presidente da Tucuruvi:
“A Liga mudou a cara do samba em São Paulo, que era marginalizado, e hoje ele dá status, é coisa de elite e de todos: branco, negro, japonês. É universal.”
Antonio Alan Souva Silva, o Donizete, presidente da Gaviões da Fiel:
“Vim prestigiar o evento e parabenizar a Liga pela promoção do carnaval paulistano.”
Renato Rodrigues , o Tomate, presidente da Dragões da Real:
“Com 11 anos de vida, a Dragões procura separar os dois mundos: é integrante da Torcida Organizada do São Paulo e atua como escola de samba. Esta é nossa receita de sucesso. Os 25 anos da Liga devem ser marcados pelo resgate das escolas, que se uniram em favor do samba.”
Sergio Ferreira, o Serginho, presidente da Liga:
“Apesar de todas as turbulências, a Liga tem um papel primordial no crescimento do samba e do carnaval paulistano. Daqui para frente teremos outras conquistas, como por exemplo a Fábrica dos Sonhos, ou a Cidade do Samba, que o prefeito Gilberto Kassab garantiu sua construção.”